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Ivonei Tanajura
Publicado em 22 de agosto de 2024 às 17:15
Os tiros registrados na localidade da Baixa do Manú, no bairro de Pernambués, que afetaram a circulação de ônibus na manhã desta quinta-feira (22) são causados por ataques do Comando Vermelho (CV). Isso porque, até então, o local tinha a atuação da facção do Bonde do Maluco (BDM) no tráfico de drogas. De acordo com moradores ouvidos pela reportagem, é difícil definir uma data de início dos confrontos armados, mas os casos de tiroteios se acumulam nos últimos meses, aterrorizando moradores.
“A gente até perde a dimensão de quando isso começou aqui porque faz um tempo já. São meses com medo de que seja mais uma noite de tiroteio como a que foi hoje. Tudo começou quando veio o comentário de que o CV ia invadir para expulsar o BDM daqui. Desde então, vez ou outra, somos surpreendidos com esses tiros que, às vezes, duram a noite toda”, conta uma moradora, que prefere se identificar apenas como Márcia.
Os moradores, ao falarem dos confrontos, reclamam da ausência da polícia no local quando os tiroteios acontecem. O morador ouvido, por exemplo, conta que as viaturas da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) só chegam quando os suspeitos não estão mais na Baixa do Manú. Procurada para falar sobre o tiroteio desta madrugada, a PM-BA informou que agentes realizaram buscas no local com o apoio do Batalhão de Patrulhamento Tatico Móvel (BPatamo), mas não localizaram nenhum suspeito na região.
Uma fonte policial, que prefere não se identificar, sinaliza que a presença do BPatamo como apoio para a 1º CIPM mostra como a área é delicada para o policiamento ostensivo. “Como se sabe, há a presença de dezenas de criminosos, de facções diferentes, nesses locais. Todos estão fortemente armados em uma região de difícil acesso. Então, a partir do chamado, os PMs precisam de reforço para promover ações com sucesso e, sobretudo, seguras para todos”, afirma a fonte.
Uma prova de que, de fato, os criminosos estão ‘bem armados’ é o depoimento de moradores que, entre outros detalhes, descreveram traficantes com fuzis, granadas e até coletes balísticos para os confrontos nas ruas.