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Victor Fonseca
Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 10:25
Após o desaparecimento do mergulhador Williams da Silva Teixeira, de 54 anos, na última segunda-feira (16), os riscos associados aos mergulhos no oceano ganharam destaque e aumentaram a preocupação entre os soteropolitanos. O profissional realizou um mergulho de, pelo menos, 40 metros de profundidade sem os equipamentos adequados, conforme divulgado pelo CORREIO. Devido à pressão atmosférica no oceano, os danos podem ser graves, podendo, inclusive, resultar em morte.
De acordo com o médico hiperbarista Dr. Claudio Bacelar, a cada 10 metros de profundidade no mar, o corpo humano é submetido a um aumento de uma atmosfera na pressão. Assim, considerando que a profundidade máxima da Baía de Todos-os-Santos é de aproximadamente 70 metros, é provável que Williams tenha sofrido consequências fatais caso tenha descido a águas tão profundas.
"Cada vez que você desce, a capacidade pulmonar diminui pela pressão e existe um efeito de narcose no cérebro, fazendo com que a pessoa tenha convulsão e desmaios. Além disso, em águas profundas, a pessoa perde calor, podendo ter uma hipotermia muito grave, e algumas membranas, como a do tímpano no ouvido, podem se romper. Outro ponto é que a subida para a superfície não pode ser feita rapidamente por causa do gás nitrogênio, que se expande de forma abrupta, podendo causar embolias — bolhas de ar nos vasos sanguíneos”, explicou.
O médico acrescenta que a permanência prolongada em grandes profundidades pode levar ao acúmulo de nitrogênio no organismo, o que, combinado com a falta de oxigênio, pode ser fatal. “O nitrogênio se acumula no organismo porque não o utilizamos para nada. Já o oxigênio é consumido para alimentar as células, então ele não se acumula”, destacou.